Alunos dedicados

Muitos educadores acreditam que estudantes pobres ou membros de “famílias desestruturadas”, por exemplo, têm baixa auto-estima e, por isso, não conseguem aprender. Então, tentam reverter a situação com prêmios, palavras de incentivo e elogios vazios (“Você consegue!” e “Tenho certeza de que você é capaz” são frases freqüentemente ditas por professores). Assim, agem incorretamente e se afastam do seu objetivo principal, que é ensinar e garantir que todos aprendam. A auto-estima elevada é uma das conseqüências da aprendizagem, pois a valorização de si mesmo não é construída com motivações externas, mas com internas – como a tomada de consciência de que é capaz de resolver um problema de Matemática, elaborar uma carta e participar ativamente de atividades em grupo. Os avanços conquistados podem ser elogiados e devem servir como estímulo para alcançar outros progressos e vencer dificuldades. É importante observar, no entanto, que o mérito do próprio aluno funciona como um trampolim. Em vez de decretar que são os problemas de auto-estima os responsáveis pelo insucesso na escola e tentar corrigi-los fugindo do conteúdo a ser ensinado, os professores devem atentar ao preconceito criado por eles próprios, que rotulam alguns alunos como incapazes de aprender.

Artigo da Revista Nova Escola – edição de junho – Querer aumentar a auto-estima dos alunos

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